Bacia de Campos

A Bacia de Campos

Sistema de Produção Inicial Garoupa/Namorado


Este sistema pioneiro começou a produzir em fevereiro de 1979 e era composto por quatro poços produtivos do campo de Garoupa, em 120m de lâmina d´água, e quatro poços do Campo de Namorado, em 160m. Todos os poços foram completados com árvores-de-natal secas encapsuladas em câmaras submarinas mantidas à pressão atmosférica da Lockheed (cápsulas das cabeças de poço).

As linhas de fluxo foram misturadas a um manifold atmosférico central a partir do qual a corrente de produção era dirigida para uma torre de processo articulada. O navio processador, o PP Moraes, ficava amarrado à torre. Ele tinha uma capacidade de processamento de até 60.000 bpd (barris por dia). O gás era queimado e o petróleo bombeado para um navio petroleiro amarrado a uma torre de carga separada. As árvores-de-natal e válvulas centrais do manifold eram originalmente acionadas por controles elétrico-hidráulicos, que não tinham um bom desempenho devido a constantes defeitos elétricos.

Considerando a experiência obtida nesse EPS e os limites apresentados pelos conectores elétricos submarinos, a Petrobras decidiu a partir de então adotar o controle hidráulico direto como solução para os futuros sistemas.

Em setembro de 1980 a torre de processamento sofreu uma falha estrutural devido à fadiga e foi substituída por uma bóia única da Imodco, que recebia o fluxo de produção e a linha de exportação.

As intervenções nas cápsulas das cabeças de poço, assim como no manifold central, foram realizadas por meio de uma cápsula chamada de módulo de serviço, que era movimentada e controlada por um navio dedicado, o Stad Troll. Apesar do sucesso técnico, o sistema seco de Garoupa foi desmobilizado em 1984, com o início das operações nas plataformas fixas de Garoupa e Namorado. O conceito não continuou a ser usado depois disso, devido aos altos custos operacionais com as intervenções atmosféricas.

É importante observar que a maior parte da tecnologia empregada em Garoupa era pioneira no mundo, como, por exemplo, a cápsula da cabeça do poço, o manifold atmosférico central e o sistema de intervenção. Acredita-se que o sistema tenha ajudado a estabelecer uma curva de aprendizado, principalmente em relação aos sistemas submarinos, pavimentando o caminho para os desenvolvimentos em águas profundas. Outro benefício foi que a Petrobras adquiriu confiança para lidar com a nova tecnologia diretamente no campo.

Veja também:

  • Porque Águas Profundas
  • Sistema de Produção Inicial de Anchova
  • Desenvolvimento da Produção em Águas Profundas
  • Sistemas Permanentes em Águas Rasas
  • Programas de Desenvolvimento Tecnológico em Águas Profundas
  • 270 Os desafios da Engenharia Submarina
  • A Geologia Marinha
  • Procap 2000
  • Procap 3000 - A Nova Fronteira

    Fonte: Petrobras