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Produção do pré-sal caiu menos que o esperado na pandemia, diz diretor da Shell


Produção do pré-sal caiu menos que o esperado na pandemia, diz diretor da Shell Produção do pré-sal caiu menos que o esperado na pandemia, diz diretor da Shell

O diretor de produção em ativos do pré-sal da Shell, Cristiano Pinto, disse, nesta sexta-feira (7), que a produção de petróleo do pré-sal caiu durante a pandemia, mas bem menos do que se poderia esperar. “Isso prova resiliência do pré-sal brasileiro às variações do preço do petróleo”, afirmou em videoconferência promovida pelo Banco Safra na tarde de hoje.

Pinto afirmou que a Shell reduziu o contingente de trabalhadores off-shore em função da crise sanitária e, também, que a petroleira chegou a postergar, por um período, a conexão de um poço de petróleo no começo da pandemia. Entretanto, lembrou, outras frentes de produção avançaram ainda durante a crise. Como exemplo, ele citou a entrada em operação de uma plataforma nova, a P-70, no Campo de Iara, no pré-sal da Bacia de Santos.

“Foi uma nova produção de 150 mil barris de petróleo que começou durante a pandemia. Credito isso à Petrobras, como operadora”, disse Pinto, da Shell.
Termelétrica em Macaé
Pinto disse ainda que a pandemia não afetou o coronograma da termelétrica que a companhia constrói em Macaé (RJ), no norte fluminense, em parceria com o Pátria Investimentos e Mitsubishi. A usina vai utilizar, de forma inédita, gás vindo do pré-sal e conta com financiamento de R$ 2 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O diretor da Shell reconheceu que o empréstimo foi estratégico para reduzir o investimento das partes, mas afirmou que o maior ganho da operação com o banco foi demonstrar a credibilidade da parceria entre as três empresas e provar a investidores estrangeiros que é possível fazer negócio no Brasil independente da conjuntura desfavorável.

Pinto também reforçou a posição da Shell de apoio à gestão do governo federal em medidas capazes de abrir o marcado de gás, permitindo a participação de novas empresas na cadeia e o consequente barateamento do combustível.

“Uma das coisas nas quais a gente suporta bastante o governo brasileiro é na quebra do monopólio da Petrobras, nas plantas de tratamento e distribuição [de gás], para que outros produtores de gás possam acessar esse mercado, chegar a uma termelétrica e alimentar o setor como um todo”, disse.

Investimento global
O diretor de produção em ativos do pré-sal da Shell afirmou ainda, na teleconferência, que a companhia vai apresentar um novo plano de negócios no final do ano, entre o fim de novembro e início de dezembro. Pinto não detalhou os termos do novo planejamento, mas disse que sua direção é de redução dos patamares de investimento global.

”A direção é que a gente vai baixar os nossos patamares de investimento global, não sei se na mesma magnitude de 2020, mas acredito que vamos vir com teto mais baixo do que o histórico de US$ 25 a 30 bilhões”, disse.
O redesenho, disse ele, seria a etapa seguinte, mirando o longo prazo, das medidas de ajuste já implementadas este ano. “Este ano nós já reduzimos o investimento total de capex no ano: era US$ 25 bilhões e anunciamos teto máximo de US$ 20 bilhões”, disse.

Pinto também citou a decisão de reduzir em US$ 3 a 4 bilhões o custo operacional da companhia como um todo, comparando o primeiro trimestre de 2021 com o mesmo trimestre desse ano. O executivo também lembrou que foi a primeira vez na história, desde a Segunda Guerra Mundial, que a Shell anunciou corte de dividendos acionistas.

Demanda por petróleo
O executivo falou que ainda é cedo para atestar a recuperação da demanda por petróleo e derivados, em meio à uma pandemia e cuja trajetória ainda varia em várias partes do mundo. Entretanto, constata, houve recuperação notável do mercado em julho e neste início de agosto.

“Durante o mês de julho, a demanda firmou um pouco mais rápido do que se esperava, em função da sazonalidade das férias nos Estados Unidos e Europa, quando se viaja mais e a demanda por querosene de aviação, diesel e gasolina nessas regiões aumenta”, disse Pinto.

Mas ele disse que essa volta da demanda por combustível em praças importantes neste período do ano tende a “acalmar um pouco” justamente devido ao fim dessa sazonalidade favorável. E ele lembrou, ainda, que há incerteza sobre a evolução da doença em vários países, entre os quais o Brasil.

Transição energética
O diretor de produção em ativos do pré-sal da Shell disse também acreditar que os efeitos da pandemia no setor de óleo e gás — combinação do choque de demanda com queda nos preço do petróleo — vão acelerar a transição energética de petroleiras ao redor do mundo.

Essa transformação, disse Pinto, será mais intensa para companhias integradas como a Shell, ou seja, aquelas que mantêm negócios em várias etapas da cadeia. “Grandes companhias integradas estão fazendo esse movimento um pouco mais rápido e de forma mais agressiva que as companhias americanas”, observou.

O executivo afirmou que a Shell está em linha com essa aceleração da transição energética no momento, mas que ainda é cedo para mensurar os impactos da crise no ritmo da demanda de consumidores por novas fontes. “Estamos investindo bastante na area de ‘gas to power’, solar e ‘wind’ [eólica] e também tem uma frente nova, em que plantamos árvores para sequestrar carbono em função da pressão de investidores europeus para cumprimento dos termos do acordo de Paris”, continuou.

Durante o evento transmitido pela internet, Pinto disse que, mesmo durante a crise sanitária, a companhia segue buscando novos projetos de energia renovável no Brasil, como três plantas “pequenas”, de 50 mil megawatts, segundo ele, já aprovadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

“Se você olhar para a Shell daqui a 10 ou 20 anos, obviamente os produtos ligados a óleo e gás ainda serão a maior parte do nosso negócio. Mas a parcela investida em ‘gas to power’, solar e eólica vai crescer muito dentro da próxima década’, disse.

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Fonte: Valor