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BW Offshore fecha aquisição do campo de Maromba da Petrobras


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Empresa de serviços e plataformas pode estrear na operação de campos no Brasil

A BW Offshore fechou com a Petrobras e com a Chevron a compra de 100% do campo de Maromba, no pós-sal da Bacia de Campos, e pretende tornar-se uma operadora de campos de petróleo no Brasil. A operação foi comunicada ao Conselho Administrativo de Defesa da Econômica (Cade) nesta semana.

Além da expansão das atividades da BW Offshore, a operação representa a conclusão de um dos projetos de desinvestimento mais antigos da Petrobras, que tenta vender Maromba desde 2017. Reforça também a mudança do posicionamento da Chevron no mercado brasileiro, indicando sua preferência por ativos no pré-sal.

Maromba foi descoberto no bloco BC-20A, da Rodada Zero, e declarado comercial em 2006, sem nunca ter entrado em operação. A Petrobras detém 70% da concessão, em parceria com a Chevron, com os 30% restantes. O ativo fica localizado na mesma região dos campos de Peregrino (Equinor) e Papa-Terra (Petrobras/Chevron). Tem reservatório de óleo pesado (16º API), delimitado por nove poços.

“A operação proposta representa uma oportunidade para a BW ingressar e iniciar suas atividades no mercado de exploração e produção de petróleo e gás natural no Brasil”, informaram as companhias ao Cade. Para a Petrobras, a venda está alinhada a “otimização do portfólio da companhia” e a Chevron afirma que “representa uma oportunidade de desinvestimento estratégico para focar suas atividades em outros projetos”.

A compra de Maromba é entendida no mercado como a materialização de uma estratégia da BW Offshore de se tornar operadora de campos e não apenas fornecedora de serviços, plataformas e navios. Não é a primeira vez que a companhia tenta comprar um campo de petróleo no Brasil. Em 2014, a empresa negociou a compra de 30% do campo de Polvo, mas o negócio não foi adiante.

Atualmente, a companhia tem dois FPSO em operação no Brasil: o Cidade de São Vicente, contratado com a Petrobras até 2020 e utilizado em testes de longa duração (TLDs) – uma operação feitas pelas petroleiras para testar a capacidade de produção dos campos e dimensionar os sistemas definitivos; e o FPSO Polvo, que produz no campo de mesmo nome, operado pela PetroRio, na Bacia de Campos. Globalmente, a companhia norueguesa possui uma frota de 15 FPSOs.

A conclusão da venda, pelo rito normal, deverá ser aprovada pelo Cade e também pela ANP. A BW Offshore, inclusive, precisará ser habilitada pela ANP como operadora de campos de petróleo.

Extrato de documentos enviados ao Cade para análise da compra de Maromba pela BW Offshore
Extrato de documentos enviados ao Cade para análise da compra de Maromba pela BW Offshore
Foco da Chevron
No fim de janeiro, a Chevron fechou a venda de sua participação de 51,74% em Frade para PetroRio, que vai assumir a operação do ativo na Bacia de Campos, com 70% do campo – ano passado, tinha comprado 18,26% da Frade Japão, uma das integrantes do consórcio. Petrobras tem 30%.

Esse acordo entre PetroRio e Chevron inclui 50% do bloco CE-M-715, na Bacia do Ceará. A PetroRio está comprando as subsidiárias Chevron Brasil Upstream Frade Ltda e Chevron Frade LLC. Em nota, Chevron confirmou, na época, a operação e afirmou, basicamente, que o interesse no Brasil agora é pré-sal.

Perfil de Maromba
Como um campo no pós-sal de Campos e de óleo pesado, Maromba saiu das prioridades da Petrobras, que desde o início da década tem voltado cada vez mais seus investimentos para o desenvolvimento do pré-sal.

O plano para o ativo, feito pela Petrobras e pela Chevron, era instalar um FPSO com capacidade para produzir até 60 mil barris/dia. Em 2017, a Petrobras considerava ser possível começar a produzir em dois anos. O reservatório é predominantemente de petróleo, com apenas 5% de gás natural, aproximadamente. Em Maromba foram identificados quatro prospectos (Lobo, Castor, Dingo e Chinchila), com oportunidades em diferentes seções geológicas e, de acordo com a Petrobras, há possibilidade de descobertas adicionais.

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Fonte: E&P BR