Notícias

Odebrecht põe à venda negócios de R$ 4 bilhões e tenta renegociar dívidas


Navegando pela crise econômica com uma dívida de R$ 98 bilhões a bordo, o grupo Odebrecht trabalha para levantar pelo menos R$ 4 bilhões com a venda de empreendimentos e tenta renegociar R$ 11 bilhões em débitos mais urgentes.

Quarto maior grupo privado do país, com cerca de R$ 110 bilhões de faturamento, a companhia quer reforçar o caixa para investir sem depender dos bancos em 2016 —ano já carimbado pela recessão, dificuldade para conseguir crédito novo e encarecimento na rolagem de empréstimos.

Para a Odebrecht, há uma complicação a mais, disseram à Folha executivos do alto escalão de seis bancos que têm negócios com o grupo. Dependendo dos desdobramentos da Lava Jato, o mercado, já restrito por causa da crise, pode dificultar ainda mais a concessão de empréstimos.

A empreiteira é acusada de corrupção em negócios com a Petrobras e enfrenta investigações em outros países onde atua. O presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, está preso há cinco meses.

Para se proteger de um aperto na situação financeira, os executivos da Odebrecht começaram a esquadrinhar os projetos do grupo para definir quais podem render mais e com rapidez.

Uma das maiores apostas é a venda da hidrelétrica de Chaglla, que a Odebrecht constrói no Peru. O grupo avalia as primeiras propostas e espera conseguir cerca de US$ 900 milhões (R$ 3,4 bilhões).

No Brasil, a operação mais adiantada é a da Odebrecht Ambiental, que tem concessões de saneamento em 18 Estados, em Angola e no México. A empresa montou um pacote com quatro contratos de concessão e ofereceu a investidores uma fatia avaliada em cerca de R$ 300 milhões.

Fonte: Folha