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Sete Brasil tenta captar R$ 25 bilhões para continuar projeto de sondas


Envolvida na Operação Lava Jato, a Sete Brasil tenta construir uma solução para manter parte do pacote de navios-sonda encomendado a estaleiros brasileiros. Desde que estouraram as investigações, o BNDES suspendeu a liberação de recursos à empresa. A companhia apresentou em assembleia de acionistas um plano de recuperação aprovado pelos credores. Informações de mercado dão conta de que a Sete Brasil conseguiu solução para captar R$ 25 bilhões e tentar sanar sua crise financeira.

Na quinta-feira, 14/05, enquanto a presidente Dilma Rousseff participava da cerimônia de batismo e entrega de dois navios no Estaleiro Atlântico Sul (EAS) em Suape sem apresentar nenhuma solução para o setor, a Sete Brasil submetia à apreciação seu plano de reestruturação. Matéria publicada pelo jornal Valor, aponta que estão adiantadas as tratativas com Caixa Econômica Federal, Bradesco e Banco do Brasil para alavancar financiamentos que permitirão viabilizar um pacote menor de sondas. No mercado se especula que o número inicial de 29 poderá ser reduzido para algo entre 13 e 19 sondas.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Sete Brasil informa que ainda não pode passar informação oficial, porque o plano de recuperação ainda estaria em fase de definição.

No setor, há informação de que além dos R$ 25 bilhões captados de instituições brasileiras, a companhia estaria tentando captar o equivalente a R$ 6 bilhões com bancos chineses. Se conseguir o recurso, o plano da empresa é manter o contrato de construção de sete sondas com o EAS. Pelo plano de reestruturação também seriam conservados o pacote de sete unidades com o estaleiro Jurong Aracruz (ES) e de seis do Blasfels (RJ). Já os estaleiros Rio Grande (RJ) e Enseada Indústria Naval (BA) teriam suas encomendas reduzidas.

Desde outubro do ano passado, o EAS demitiu 1.400 funcionários ligados ao contrato das sondas. O presidente Harro Ricardo Burmann, afirmou que a empresa vive num plano de sobrevivência. O estaleiro que representa a retomada da indústria naval no País depende de um aporte de R$ 100 milhões dos acionistas para evitar um pedido de recuperação industrial.

“Hoje estamos vivendo da encomenda da Transpetro. Começamos a cortar chapa e construir blocos de quatro navios-sonda. Não há o que fazer com esse material. É concluir o projeto ou vender como sucata”, afirma o gestor de produção do EAS, Nilton Cardoso. Na última quarta-feira, 14/05, o EAS encaminhou à Sete Brasil uma carta reclamando um débito de US$ 1 bilhão referente às sondas.

Fonte: Jornal do Commercio