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Queiroz Galvão Exploração e Produção espera resultados melhores


Lucro cresce 2,1 vezes no trimestre e cai 13,6% no ano

Petrolífera diz não ter vínculo com a construtora mesmo sob controle da holding homônima

A Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGep Participações) teve lucro líquido de R$ 44,9 milhões no quarto trimestre do ano passado, montante 2,1 vezes superior aos R$ 21,2 milhões verificados em 2013. No entanto, em 2014, o lucro líquido caiu 13,6% na comparação com o ano anterior, para R$ 166,1 milhões.

De outubro a dezembro, a receita líquida da petrolífera retraiu 1,8%, para R$ 123,5 milhões, sendo que no quarto trimestre de 2013 havia sido de R$ 125,7 milhões. No ano passado, a receita líquida somou R$ 503,2 milhões, aumento de 3,5% na comparação com 2013.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no quarto trimestre totalizou R$ 32,5 milhões, aumento de 63,1% quando comparado com os R$ 19,9 milhões verificados no mesmo período há um ano. Em 2014, o ebitda caiu 3,7% ante o ano anterior, para R$ 214,7 milhões.

Gás natural

A produção de gás natural do Campo de Manati teve média diária de 5,9 milhões de metros cúbicos (m3) em 2014, superando as estimativas, possibilitando a empresa atender a demanda das usinas termelétricas, que ficou elevada durante todo o ano. A produção total de gás foi de 2,2 bilhões de m3 no ano de 2014, similar ao patamar de 2013.

Para 2015, é esperada que a capacidade média diária de produção de 6 milhões de m3 seja retomada nos últimos meses cinco do ano, e mantida neste nível nos dois anos seguintes. A previsão de geração de receita e caixa operacional de Manati continua elevada até 2016, permanecendo fonte de recursos para os projetos de desenvolvimento e exploração de médio e longo prazo.

A empresa informou que em janeiro foi iniciada a perfuração de um segundo poço de extensão em Carcará, que deverá ser realizada em uma única fase, com conclusão prevista para meados de 2015, sendo seguida por um Teste de Formação a Poço Revestido (TFR). Os resultados do teste estão previstos para o segundo semestre. A perfuração no prospecto de Guanxuma começará no fim deste ano.

Manati

As atividades relacionadas à construção da estação de compressão de gás no campo de Manati seguem dentro do prazo e do orçamento definidos, segundo a petrolífera. Os compressores chegaram ao local e 55% da obra está concluída.

O capex total líquido para a QGep é estimado em US$ 28 milhões. A estação entrará em operação em meados deste ano, o que exigirá uma parada de 20 dias na produção.

As atividades de manutenção do campo de Manati neste ano vão incluir a pintura programada e a manutenção geral da plataforma para permitir que os níveis de produção do campo sejam mantidos. O custo líquido total é estimado em cerca de US$ 20 milhões.

Lava jato

A QGEP Participações esclareceu que não possui vínculos com a Construtora Queiroz Galvão, investigada pela Polícia Federal na Operação Lava Jato por desvio de dinheiro na Petrobras, apesar de serem controladas pela mesma holding homônima.

A companhia ressaltou que não foi alvo deste ou de qualquer outro mandado de busca e apreensão, e que os executivos envolvidos nunca fizeram parte do quadro da petrolífera. A QGEP acrescentou que possui gestão independente da construtora e da própria controladora.

Petrobras

O programa de venda de ativos da Petrobras que deverá atingir US$ 13,7 bilhões até o próximo ano desperta a atenção da companhia, que é sócia da estatal na exploração em diversos projetos.

“Poderemos participar desse esforço e eventualmente estarmos juntos com a Petrobras em algumas oportunidades. Aguardamos que os detalhes do plano sejam divulgados para avaliar quais áreas estarão dentro de nossa estratégia”, disse o diretor-geral, Lincoln Rumenos Guardado, durante teleconferência com analistas.

Fusão e aquisição

O executivo afirmou que a QGep está sempre atenta às oportunidades de fusão e aquisição no mercado brasileiro, mas que o interesse é maior por áreas em desenvolvimento ou exploração. As áreas em produção, porém, podem não estar alinhadas com a estratégia da companhia, a não ser que seja possível agregar valor ou obter ganho com escoamento.

Guardado não considera a hipótese de a Petrobras vender ativos de exploração e produção que integram a camada pré-sal. “Se ocorrer alguma venda, deverá ser a última parte do plano de desinvestimentos”.

A Petrobras anunciou no início de março plano para desinvestir US$ 13,7 bilhões no biênio 2015 e 2016. Segundo o executivo, o interesse da QGep está focado em áreas ainda em fase de pré-desenvolvimento ou já em exploração, com alguma descoberta ainda não delimitada.

Áreas avançadas, próximas de entrar em produção, não atraem a companhia. O executivo lembrou ainda que a empresa tem desafios importantes pela frente e que terá que avaliar com atenção a possibilidade de aquisição de ativos.

Carcará

Recentemente, a petroleira indicou ao mercado que o projeto de Carcará, uma importante aposta da companhia, poderá sofrer atrasos por fatores conjunturais da indústria e uma dificuldade de escoamento do gás na região, na Bacia de Santos.

O ativo é operado pela Petrobras, que está envolvida em um escândalo de corrupção, que inclusive colaborou para a estatal anunciar um plano de desinvestimento mais agressivo.

Guardado frisou não acreditar que a petroleira estatal deixe de cumprir compromissos financeiros previstos para o ativo. A declaração de comercialidade do campo poderá ser declarada antes de março de 2018, prazo limite estabelecido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

“O prazo que temos é folgado e nos permite fazer trabalhos de forma adequada. Este é um campo grande e precisa de mais dados antes que seja declarada a comercialidade. Estamos furando mais dois poços agora para coletar dados”, disse o diretor-geral.

O executivo informou, também, que o teste de longa duração acontecerá em 2017, conforme o cronograma da Petrobras. O consórcio do bloco BM-S-8, é formado pela estatal, que é a operadora, com 66% de participação, seguida por Galp (14%), QGEP (10%) e Barra Energia do Brasil Petróleo e Gás (10%).

Sobre os preços de petróleo, o presidente destacou acreditar que os preços se recuperem antes da entrada em produção do campo de Atlanta, na Bacia de Santos, previsto para meados de 2016.

Fonte: Monitor Mercantil