O Diretor de Operações do Grupo JPessoa, Jean Gerard Lesur, esteve reunido na quinta-feira, em Quissamã, com o prefeito Armando Carneiro, o secretário de Desenvolvimento Haroldo Carneiro e com o Coordenador de Captação de Recursos, Welington Peixoto Costa.  O diretor afirmou que o grupo comprou uma Usina do município de Ceará Mirim, no Rio Grande do Norte, que será montada em Quissamã, e que os primeiros equipamentos estarão chegando ao município em dois meses.  A previsão é de que em 18 meses a usina entre em funcionamento, pois o grupo aguarda ainda o processo de licenciamento ambiental para montagem da indústria. Lesur explica que já foi dada a entrada no pedido de licenciamento e no dia 20
de agosto deverá ser liberado o termo de referência pela FEEMA, documento necessário para que a empresa elabore Estudo de Impactos Ambientais e o Relatório de Impacto Ambiental, (EIA/RIMA).

A empresa responsável pela montagem da usina, já deu entrada na Junta
Comercial para que possa atuar em Quissamã. Esse tipo de negócio é chamado de Turn Key, ou chave na mão, que significa que o grupo adquiriu a indústria do Rio Grande do Norte, que trará todos os equipamentos para montar em Quissamã a nova unidade. Só depois de montada que o grupo JPessoa assume a empresa.

A nova usina possuirá os equipamentos mais modernos que existem no Pais, ela funcionou durante apenas cinco safras e os antigos  proprietários desistiram do empreendimento devido a seca e a dificuldade de irrigar a produção. A moenda da marca Zanine Farrew de 60 polegadas, tem capacidade de moer 300 toneladas de cana por hora e as colunas de destilação são da marca Fives Lilles, coincidente a mesma marca das primeiras máquinas da Companhia Engenho Central de Quissamã, de 1877. Outro diferencial da nova indústria será na questão de energia. A utilização de bagaço de cana para mover a usina torna o empreendimento auto-sustentável em energia, vinda através de uma fonte limpa e renovável.

Segundo Jean Lesur, a usina será instalada nas terras da Fazenda São
Domingos e terá capacidade de moer 1,4 milhões de toneladas de cana. A princípio funcionará apenas a destilaria que deverá absorver toda a
cana-de-açúcar de Quissamã, que hoje gira em torno de 700 a 800 mil
toneladas, e deverá produzir 400 mil litros de álcool por dia. Lesur
explica que a fazenda São Domingos foi escolhida para abrigar a usina por estar no centro dos plantios de cana, e por estar fora da área de
amortecimento do Parque Nacional de Jurubatiba.

O diretor ressaltou que a iniciativa da prefeitura em realizar o Programa de Revitalização da Lavoura Canavieira e a proposta de disponibilizar irrigação para a produção são ações que atraíram o grupo para implantar uma indústria no município. Lesur ressaltou ainda que o setor sucroalcooleiro tem grandes perspectivas principalmente com o crescimento do mercado de carros bicombustíveis e com a abertura do mercado europeu para a produção brasileira.

Fonte: Maria José de Queirós - Quissamã