Otimistas com o discurso do Prefeito Carlos Alberto Campista, durante a reabertura dos trabalhos legislativos, sobre a proposta de incentivar os pequenos empresários do município e, desta forma, fazer com que o dinheiro da produção de Campos seja revertido para o próprio município, membros da Cooperativa dos Produtores de Cachaça e Derivados da Cana-de-açúcar do Norte Fluminense (Coopcanf) se reuniram hoje (16/02) de manhã com o secretário Municipal de Agricultura, João Peixoto, para traçar estratégias para fomentar o segmento na região, que vem contando, também, com o apoio do Sebrae e da Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo. O secretário se mostrou receptivo às propostas. “Pretendemos fazer, este ano, mais do que já foi feito”.
 
O secretário da Coopcanf, Demétrio Ferreira de Azeredo, afirma que os convênios firmados com as duas secretarias e com o Sebrae beneficiaram bastante a cooperativa. “Os desdobramentos continuam e esperamos que o apoio seja ampliado, este ano”, disse um dos produtores, ressaltando que o mais complicado já foi feito.
 
Segundo Demétrio, a expectativa é que a municipalidade possa interagir com os segmentos que têm apresentado tão bons resultados no Brasil, como é o caso da cachaça. “Campos, de um modo geral, ainda não encontrou a consolidação do processo, uma vez que, normalmente, as cooperativas giram com base nas autoridades constituídas”, destacou.
 
Durante a reunião, os produtores buscaram apoio da secretaria para a instalação de uma unidade-escola, no qual os produtores-estudantes possam desenvolver aprendizado na produção dos derivados da cana-de-açúcar, como cachaça, melado, açúcar mascavo e rapadura, que têm grande potencial no mercado. “É fundamental para todos os produtores, não só da Coopcanf, como de quaisquer outras cooperativas da região ou terceiros”.
 
Potencial - O secretário da cooperativa explica que a cooperativa tem potencial para a produção de dois milhões de litros de cachaça por ano, 300 toneladas de melado e 500 de açúcar mascavo. “Desta forma, o segmento poderá gerar para a região, através da cooperativa, cerca de R$ 25 milhões”, frisou Demétrio, acrescentando que é capaz de gerar 1.500 empregos diretos, desde o trabalho no corte de cana até a indústria. 
 
Sebrae – Através do Sebrae, fabricantes da cachaça de Campos, como a Deneza, vão participar da Rodada de Negócios da Rede Wal Mart, através do Projeto Compra Rio, uma parceria do Governo do Estado com o Sebrae. O técnico do Sebrae, Fábio Pimentel, citou outros eventos que contaram com a participação de Campos, como a Feira Brasil Cachaça, em São Paulo, a maior feira do país, segundo ele. “Foram dois expositores – Deneza e Guandu - , mas outros produtores foram visitar”, disse Fábio.
 
O técnico explicou que, através da cooperativa, criada em março de 2003, pode agilizar o acesso dos pequenos produtores ao mercado e o objetivo dela é criar uma marca única – a Fina Cana. “A cooperativa tem a responsabilidade de fiscalizar a produção e garantir a qualidade do produto”, explicou Fábio.

Melado na merenda

Outra proposta apresentada pelos produtores, representados pelo presidente da Coopcanf, Paulo Sérgio Abreu; o tesoureiro e técnico agrícola da secretaria, Frederico Monteiro Hemétrio, além dos associados Anoely Landim e Imivaldo Passos é a inclusão do melado no cardápio da merenda escolar, nos hospitais e asilos do município, além dos eventos promovidos pela Prefeitura de Campos.
 
Demétrio disse que o melado, produto tradicional na região, é considerado alimento básico pelo Programa de Desenvolvimento de Merenda Escolar do Governo Federal, sendo utilizado em vários estados do país, principalmente nas regiões Sul e Nordeste.

 — O melado tem alto valor energético, é rico em sais minerais, sendo, inclusive, utilizado no combate à anemia, pelo alto teor de ferro, além de ser um produto natural sem adição de qualquer componente químico, destacaram Frederico e Demétrio.

Fonte: César Ferreira