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Projeto Sentinela registrou 4 casos de exploração sexual em 2004


O Programa Sentinela, da Fundação Municipal da Infância e da Juventude, de apoio e aconselhamento, fez quatro atendimentos durante o ano de 2004 a crianças vítimas de exploração sexual. O programa atende a esse tipo de caso e, ainda,  a crianças e adolescentes vítimas de violência física, psicológica, além de abuso sexual e negligência. Dos quatro menores vítimas de exploração sexual, dois deles saíram de Campos, um se tornou maior de idade — 18 anos — e resolveu se prostituir e outro retornou à vida normal, não mais se deixando explorar. Esta pessoa, através da Prefeitura de Campos, participou de cursos de geração de renda e atualmente trabalha na iniciativa privada.
 
A presidente da Fundação, Elizabeth Bousquet, explica que existe diferença entre exploração sexual e abuso sexual. O primeiro caracteriza-se pelo comércio — não necessariamente de dinheiro, no caso de crianças, mas através de brinquedos ou alimentos — e o outro pela não permissão do menor. O abuso geralmente vem seguido de ameaça e acontece dentro do convívio familiar. No caso de abuso sexual, o Sentinela constatou ano passado, 88 casos.
 
A maioria dos problemas é encaminhado ao Programa Sentinela pelo Conselho Tutelar, além do Juizado e, também, pela promotoria. Elizabeth Bousquet explica que o Sentinela não tem poder de polícia e, por isso, a entidade espera que os casos cheguem até ela. A comunidade, devido às campanhas desenvolvidas ao longo desses três anos de existência, não mais se cala diante de qualquer tipo de violência contra menor.

— As pessoas estão mais conscientes e participativas. Elas não precisam ficar com medo de denunciar, por exemplo, achando que vão se envolver e ter problemas futuros — acrescenta Elizabeth Bousquet.
 
A coordenadora do programa, Eloísa Bechara, explica que além do menor, os pais também recebem atendimento, já que não basta somente cuidar da saúde mental da vítima se a família ou o responsável por ela também não está bem. Para isso, a equipe multiprofissional do Sentinela desenvolve várias atividades, entre elas, a viodeoteca, acompanhada da sessão pipoca. Uma vez por mês, as vítimas se reúnem e ali elas percebem que não são as únicas pessoas que sofrem e que não estão sozinhas. Ao mesmo tempo, é feito trabalho com os pais, onde eles acabam dividindo suas angústias. 

Fonte: Frânio Abreu