Rio Oil & Gas

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Feira atrai investidores


Produtores e fornecedores da indústria de petróleo e gás vão se reunir em outubro para discutir a energia no século 21

O Rio de Janeiro vai se transformar em capital mundial do petróleo entre 4 e 7 de outubro. Mais de 30 mil visitantes são esperados no Centro de Convenções do Riocentro para a 12ª edição da Rio Oil & Gas Expo and Conference, que vai reunir os grandes produtores e fornecedores da indústria mundial de petróleo. Principal feira do setor na América Latina, a Rio Oil & Gás é realizada a cada dois anos, desde 1982, e se divide em dois grandes eventos simultâneos: a Conferência, que abre discussão sobre os principais temas relativos ao desenvolvimento do mercado e à inovação tecnológica, e a Feira, que funciona como vitrine para que as empresas nacionais e estrangeiras apresentem seus produtos e serviços.
''A Rio Oil & Gas já se consolidou como um dos principais eventos do calendário do Rio e atrai o que há de mais avançado numa das áreas de maior crescimento da economia brasileira, que é o setor de petróleo e gás'', afirma João Carlos de Luca, presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), que organiza o evento.

O tema principal da conferência deste ano é ''Gás Natural: A Energia do Século 21''. A escolha se explica pelo interesse despertado pelo gás partir da descobertas gigantes na costa brasileira, especialmente na Bacia de Santos, que devem triplicar as reservas nacionais. Até recentemente, o Brasil só tinha gás importado ou associado ao petróleo.

Mais de 550 trabalhos serão apresentados nos quatro dias da conferência, que está dividida em quatro blocos temáticos: E&P, Abastecimento, Gás Natural e Energia e Responsabilidade Sócio-Ambiental. Além das sessões técnicas para apresentação dos trabalhos, haverá painéis e plenárias. Os participantes contarão ainda com as sessões pôsteres, um fórum informal para contatos entre autores e congressistas sobre assuntos técnicos de interesse específico.

José Luiz Orlandi, diretor de Operações do Grupo Ipiranga e presidente do Comitê Organizador da Rio Oil&Gas, ressalta que a feira ocorre num momento muito bom para a indústria petrolífera e para o Brasil. A cotação em alta do petróleo e o sucesso da sexta rodada de licitações da ANP, segundo Orlandi, são um incentivo para novos investimentos que podem beneficiar o país. Um indicador desse interesse está na grande procura pelo evento do Rio.

A feira já está com espaços comercializados para 634 expositores, que vão ocupar uma área de 26 mil m² de estandes em três pavilhões do Riocentro. A Petrobras, com um estande de 984 m2, ocupará o maior espaço entre os expositores. Entre os pavilhões internacionais, destacam-se os do Reino Unido, Noruega, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, França, Holanda e Itália. O estande britânico é o maior de todos os estrangeiros: tem 630m² e abrigará 19 empresas. O movimento deste ano confirma a inclusão da Rio Oil & Gas entre os cinco principais eventos mundiais do setor.

O gás natural é considerado o combustível do futuro por ser uma fonte de energia limpa e com amplas possibilidades de utilização. Pode funcionar como matéria-prima nas indústrias química, petroquímica e de fertilizantes. Ou como combustível para a geração de eletricidade e força motriz ou fornecimento de calor. Tem uso residencial e também nos transportes, substituindo combustíveis mais caros e mais poluentes como gasolina e diesel. Apresenta ainda grande vantagem estratégica para os consumidores: as grandes reservas de gás natural estão mais bem distribuídas pelo mundo que as de petróleo, muito concentradas no Oriente Médio.

Por essas razões, o gás natural é a fonte de energia com maior expansão em todo o mundo. Na última década, o consumo cresceu em média 1,7 % ao ano. A expectativa é de que essa taxa aumente para 3,2% ao longo das próximas duas décadas.

O consumo interno só começou a ser incentivado no fim da última década, com a construção do gasoduto Brasil-Bolívia, o programa de termelétricas e a adoção do Gás Natural Veicular (GNV) como combustível.

Desde então, a indústria do gás natural tem aumentado a base de consumidores em todos os segmentos. De dezembro de 2002 a junho deste ano, segundo a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado, o uso do gás natural nos veículos cresceu 67,3%. No fim de 2002, o Brasil tinha 511 postos com Gás Natural Veicular (GNV). Em junho de 2004, esse número atingiu 855. Os consumidores residenciais passaram de 970 mil para 1,073 milhão, um aumento de 11%. No setor industrial, os consumidores foram de 1.698 para 2.086, o que representa um crescimento de 23%. No comércio, os consumidores subiram de 17.789 para 18.986, um aumento de 7%. Já as termelétricas em operação no país passaram de 14 para 19, com crescimento de 36% no consumo.

A tendência é de que haja aumento de consumo ainda mais significativo nos próximos anos, com o desenvolvimento de um grande mercado nacional. O estímulo que faltava para isso veio com a descoberta recente de grandes reservas nas bacias de Santos, Espírito Santo e Campos, junto aos principais centros consumidores. Só em Santos - a maior delas - há mais de 400 bilhões de metros cúbicos de gás a serem explorados.

As reservas brasileiras somam 236 bilhões de metros cúbicos, mas devem triplicar até 2006, segundo estimativa da Agência Nacional de Petróleo. Este volume deixa o país numa posição vantajosa em relação a outras regiões produtoras.

Ao desenvolver o mercado de gás, o país se torna menos vulnerável a crises mundiais de abastecimento de petróleo ou mesmo de preços. Internamente, pelo impacto nas demais cadeias produtivas, o gás natural poderá impulsionar a economia, com a abertura de novos negócios, geração de empregos e incentivo à pesquisa tecnológica.

Fonte: JB Online