Brasil OffShore

Notícias

Logística desponta como novo mercado de offshore


O fim do monopólio da Petrobras no mercado de petróleo abriu oportunidades não só na exploração e produção, mas também em áreas de apoio a essas operações, em especial, as realizadas em águas profundas. Um desses segmentos que vem crescendo é o de logística offshore, que envolve desde o transporte de suprimentos para plataformas e coleta de lixo contaminado até o fornecimento de fluidos químicos. Um mercado novo e que requer investimentos de longo prazo, mas que já movimenta cerca de US$ 200 milhões anuais.

A Brazil Supply é uma das empresas que está neste novo filão do setor. Criada em junho do ano passado a partir de uma associação entre a Petrobras Distribuidora, a Cotia Trading, a Cepemar e a Promoc, a companhia atende a operações da estatal nas Bacias de Campos e Santos e, por isso, tem base portuária no Rio e no Espírito Santo. No ano passado, faturou R$ 1 milhão, e, segundo o diretor superintendente, Alberto Machado Neto, a expectativa para 2003 é de uma receita de R$ 10 milhões.

- A vantagem para quem contrata o serviço é terceirizar e passar a compartilhar o custo de manutenção das operações com outras empresas que atuem na mesma região - explica Machado Neto, acrescentando que esse era o objetivo da Petrobras ao criar a subsidiária.

De olho na expansão do mercado no Espírito Santo, onde só a Petrobrás estima ter reservas de 2,1 bilhões de barris de óleo, a Brazil Supply inaugura em um mês uma planta de fluidos de perfuração no município de Anchieta, próximo ao Porto de Ubú. O empreendimento teve investimentos de R$ 2,5 milhões e o plano inicial é de uma produção de 12 mil barris/dia de fluidos.

Outro grupo que atua nesse ramo é a Brasco, uma associação entre a multinacional britânica Asco e o grupo Wilson & Sons, criada em 1999 logo após a abertura do mercado aos grupos internacionais. A companhia tem contratos com a Esso e Shell e trabalha com a expectativa de um faturamento este ano de R$ 14 milhões. No primeiro ano de operações o grupo teve uma receita de R$ 5 milhões.

O gerente comercial Sidnei Robson Medeiros explica que o setor ainda sofre muito com as flutuações do mercado, uma vez que as operações de exploração ainda não estão maturadas e, em geral, as empresas que exploram petróleo trabalham com contratos de prazo definido para os serviços de logística.

- É um investimento de longo prazo. As empresas ainda estão colhendo os frutos da rodada zero e, por isso, o boom do mercado ainda não aconteceu. Com as novas descobertas, a tendência é de um maior crescimento nas operações de logística - afirma.

A Brasco trouxe a experiência da Asco no Mar do Norte, Houston e em Trinidad Tobago e tem base de operações em Niterói, Salvador, Fortaleza e Belém.

Fonte: O Globo Online