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Vibra dá mais um passo para se tornar uma empresa de energia


Vibra dá mais um passo para se tornar uma empresa de energia Vibra dá mais um passo para se tornar uma empresa de energia

A Vibra, ex-BR Distribuidora, faz joint venture com a Copersucar para distribuição de etanol e se fortalece para enfrentar os rivais Cosan (postos Shell) e Ultra (postos Ipiranga)

No fim de novembro do ano passado, a então BR Distribuidora, agora rebatizada de Vibra, anunciou a compra de 70% Targus Energia, empresa que atua no mercado livre de energia elétrica, entrando em um novo segmento.

Nesta segunda-feira, 30 de agosto, a Vibra dá mais um passo para se tornar em uma empresa de energia que não seja identificada exclusivamente com a distribuição de gasolina e de postos de combustíveis. A companhia está anunciando uma joint venture com a Copersucar para formar uma empresa comercializadora de etanol (ECE).

“Essa companhia se beneficia do seu poder de compra e de venda nas duas pontas e tem acesso à logística tanto dos produtores como dos distribuidores”, afirmou Wilson Ferreira Jr., presidente da Vibra Energia, em entrevista para jornalistas na tarde desta segunda-feira. “Vamos ganhar pela eficiência na operação da joint venture.”

A nova empresa está surgindo com um aporte de R$ 450 milhões dos dois sócios, na proporção das participações de cada um deles: 49,99% da Vibra e 50,01% da Copersucar.

De acordo com o presidente da Copersucar, João Roberto Teixeira, a nova comercializadora é uma plataforma aberta na compra e na venda de etanol e já nasce como líder no mercado brasileiro de etanol, com a expectativa de comercialização de 9 bilhões de litros de etanol e R$ 30 bilhões de faturamento no primeiro ano de atividade.

“Por enquanto, não há nenhuma expectativa de IPO e 100% do etanol da Copersucar irá para a nova comercializadora”, afirmou Teixeira.

Quando era estatal, a Vibra, até pela proximidade com a sua controladora Petrobras, sempre teve preços competitivos em derivados de petróleo (gasolina e querosene de aviação).

Agora, como uma companhia de capital pulverizado e sem a presença do Estado, o desafio é também buscar menores custos com etanol, mercado em que seus concorrentes de distribuição como Cosan (postos Shell) e Ultra (postos Ipiranga) são competitivos.

“A ECE poderá exportar etanol, e também importar, mas isso vai depender da arbitragem dos preços no mercado internacional”, afirmou Teixeira. A Copersucar destina cerca de 90% do etanol para o mercado local e 10% para exportações.

Questionado sobre a questão da Medida Promissória 1063, em vigor desde 11 de agosto, que acaba com a proibição da venda direta do etanol dos produtores (usinas) para os postos, Marcelo Bragança, diretor executivo de operações da Vibra, respondeu que a MP não é um problema.

“A venda direta tem que endereçar a questão tributária, mas também tem outras questões de controle de qualidade”, afirmou Bragança. “Mas achamos que (a venda direta) não é um problema.”

Nesse contexto, Bragança lembrou que o Brasil possui mais de 40 mil postos de distribuição de combustíveis, enquanto a Vibra Energia possui 8 mil estabelecimentos. “A comercializadora vai operar grandes volumes, tanto da Copersucar como de outros produtores, e vender também para outros distribuidores”, disse o executivo.

Em relatório, os analistas do Credit Suisse escreveram que esperam que a parceria “gere sinergias logísticas no lado da distribuição de combustível do negócio, bem como para melhorar o fornecimento de etanol da Vibra”.

O negócio ainda está sujeito à regulamentação e aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O Credit Suisse estabelece preço-alvo de R$ 39 para a ação BRDT3, ante preço de R$ 27,12 na última sexta-feira, 27/08. O papel recuava 0,44%, às 17h59, a R$ 27 na B3.

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Fonte: Neo Feed - Ernani Fagundes