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Com recuperação de preços do petróleo, Enauta espera retomar investimentos


Com recuperação de preços do petróleo, Enauta espera retomar investimentos Com recuperação de preços do petróleo, Enauta espera retomar investimentos

O presidente da Enauta, Lincoln Guardado, disse que espera, daqui para frente, voltar a tomar a decisão de novos investimentos, em meio à recuperação dos preços do petróleo nos últimos meses. A tomada de preços de afretamento da nova plataforma do campo de Atlanta, na Bacia de Santos, foi adiada, mas deve ficar para o segundo semestre. A expectativa da companhia é que o breakeven [preço de equilíbrio econômico] do projeto do sistema definitivo de Atlanta fique em torno de US$ 40 o barril.

“Com o ambiente mais desanuviado, vamos voltar a tomar decisões que havíamos paralisado [depois do choque de preços do petróleo]”, afirmou o executivo durante teleconferência com investidores sobre os resultados do segundo trimestre. “O breakeven de Atlanta deve ficar na casa dos US$ 40 o barril, podendo até cair, dependendo da forma como faremos desenvolvimento do campo, com certa elasticidade da alocação de capital”, complementou.

A petroleira e a sua sócia Barra Energia discutem o cronograma da perfuração do quarto poço, cuja decisão de investimento havia sido suspensa. Em função do adiamento da perfuração deste poço, a empresa reduziu a estimativa de produção média de Atlanta para 18 mil barris/dia.
Para 2020, a expectativa é produzir 23 mil barris/dia, patamar abaixo dos 28 mil barris diários previstos inicialmente.

A revisão ocorre em meio a problemas técnicos no ativo. Segundo a Enauta, em junho a companhia começou a comissionar as unidades de separação de óleo e água na plataforma que opera no sistema antecipado de Atlanta, mas houve um problema nesse processo, o que levou a petroleira a reduzir a produção da concessão. Guardado afirmou que a expectativa é normalizar as operações em agosto. Houve, no entanto, impactos na produção dos meses de junho, julho e parte de agosto. “A pandemia da covid-19 dificultou um pouco o trânsito do pessoal da Teekay [para normalizar]”, disse.
O executivo explicou que os custos com o problema técnico são de responsabilidade da operadora da plataforma, a Teekay, e que a taxa de afretamento da embarcação será reduzida. Ele descartou problemas no comportamento do reservatório.

O presidente da Enauta disse ainda que espera retomar em 2021 o desinvestimento nas concessões de exploração na Bacia Pará-Maranhão. A ideia é voltar ao mercado quando a licença ambiental dos ativos for obtida.
O processo de farm-out (venda de participação nas concessões) dos blocos da bacia de Pará-Maranhão foi interrompido devido, justamente, a incertezas quanto à data de obtenção da licença de perfuração. Segundo a Enauta, contudo, as recentes descobertas localizadas na Guiana e no Suriname têm valorizado as bacias equatoriais na porção brasileira e há interessados pelos ativos.

Aditivo com Petrobras
Guardado disse que a companhia e a Petrobras estão em fase final de negociação sobre o aditivo contratual do campo de gás natural de Manati, na Bacia Camamu-Almada. Segundo ele, o acordo em negociação prevê que o volume não retirado nos meses em que a operação do campo esteve interrompida possa ser retirado este ano ou em 2021. “A negociação está indo bem”, afirmou.

Em março, a Petrobras, operadora do campo, declarou motivo de força maior para interromper a produção do ativo e, consequentemente, suspender pagamentos mínimos estipulados na cláusula de “take-or-pay” (compromissos mínimos de compra de gás).

Manati voltou a operar em maio e está sendo normalizada. Segundo a Enauta, a empresa recebeu os montantes relativos aos meses de abril e maio e o mês de junho foi faturado já com base na proposta do acordo.

Guardado comentou também sobre as perspectivas de retomada, em 2021, das operações da fábrica de fertilizantes da Bahia, que foi arrendada pela Petrobras para a Proquigel.

Ele destacou que a unidade é um tradicional consumidor de gás de Manati, com uma demanda da ordem de 1 milhão de metros cúbicos diários (m3/dia).

Segundo o executivo, o arrendamento da Fafen baiana é uma relação ganha-ganha para todos. Agora sob o comando da Proquigel, a unidade pode se tornar mais um cliente para o campo de Manati,

“Vemos com muita alegria que o consumo de gás voltará a crescer no Nordeste”, comentou.

Carcará
O presidente da Enauta disse que não descarta a possibilidade de que a última parcela pela venda da concessão de Carcará, para a Equinor, seja paga este ano. O mais provável, segundo ele, contudo, é o valor, de US$ 144 milhões, seja recebido no primeiro trimestre de 2021.

Guardado afirmou que a companhia “tem planos” para o dinheiro que será recebido. De acordo com ele, a Enauta está focada no desenvolvimento do projeto de produção definitiva do campo de Atlanta, na Bacia de Santos, e na campanha exploratória de Sergipe-Alagoas, mas também para eventuais aquisições.

A diretoria financeira, Paula Côrte-Real, disse que a Enauta está bem capitalizada e monitora oportunidades de aquisições. “Vemos o reposicionamento de algumas companhias, isso vai trazer oportunidades de mercado. É isso que estamos buscando”, comentou.

A Enauta encerrou o segundo trimestre com um saldo de caixa de R$ 1,6 bilhão.

Guardado esclareceu, no entanto, que a companhia tem visto poucas oportunidades no mercado que façam sentido para o portfólio da empresa. Segundo ele, a petroleira não tem interesse em campos maduros no final de sua vida útil.

O executivo disse que investir em eólicas offshore “faz parte do imaginário” da companhia para o médio e longo prazos. Segundo ele, porém, a transição energética não pode ser drástica e a prioridade da empresa, no momento, segue sendo a produção de óleo e gás.
“O tamanho da companhia não permite ainda que a gente invista diretamente em fontes alternativas. A gente tem muitos compromissos pela frente em exploração e produção de petróleo e gás natural. A companhia nasceu produzindo gás, gostamos de gás e ele é o nosso mecanismo de inserção na economia de baixo carbono”, comentou.

Segundo ele, entrar no setor de eólica offshore é um “bom caminho” que a Enauta pode perseguir no médio e longo prazos. Se confirmada, essa entrada poderia ser feita em parceria com empresas com expertise na área, explicou.

“Faz parte do imaginário que temos na companha, mas é sempre muito importante que tenhamos passos, encaminhamento para essas coisas. Isso não pode ser feito de maneira drástica”, disse.

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Fonte: Valor