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Petróleo amplia perdas e alta nos estoques sinaliza necessidade de corte de produção


Petróleo amplia perdas e alta nos estoques sinaliza necessidade de corte de produção Petróleo amplia perdas e alta nos estoques sinaliza necessidade de corte de produção

A guerra de preços do petróleo está levando supridores a aplicarem descontos agressivos em suas correntes de óleo, em relação aos valores de referência Brent e WTI, levando analistas a antever que será inevitável cortar a produção global de óleo.

— “Em tempos de sobre oferta, os prêmios diminuem e os descontos aumentam [sobre o valor de referência do óleo]. Mas a situação atual é quase sem precedentes, com descontos em alguns casos na máxima de várias décadas”, afirma a Bloomberg. Prática é observada nos mercados da África, América Latina e Oriente Médio.

A Agência Internacional de Energia (IEA) estima que demanda global por petróleo pode cair em 20%, para cerca de 80 milhões de barris de petróleo por dia, em meio à crise. O próximo relatório da IEA será publicado em 15 de abril. Reuters

Sem um sinal claro que líderes do G20, reunidos nesta quinta (26), pressionarão a Arábia Saudita a aliviar a pressão no mercado de óleo, os preços do petróleo ampliaram perdas, fechando em queda de 3,83%, a US$ 26,34 por barril (Brent). A cotação nesta sexta (27) atingiu a mínima de US$ 25,49.

O G20 tratou a pandemia global com uma guerra contra a humanidade. Líderes falaram em um pacote global de US$ 5 trilhões para combater o vírus e os impactos sociais e econômicos.

Xi Jinping reforçou que a situação na China está sob controle, mas o governo está atento para evitar uma segunda onda de contaminações. Dos EUA, Donald Trump reforçou que o congresso americano deve aprovar o pacote de US$ 2 trilhões de socorro à economia.

Com 462 mil infectados no mundo e 20,8 mil mortos (OMS) no mundo, países do bloco europeu, o Reino Unido e os EUA estão reforçando medidas de isolamento para conter o novo coronavírus.

A Petrobras acredita que a crise na demanda por combustíveis não vá afetar os preços das oito unidades de refino que a companhia está vendendo, como parte do seu programa de desinvestimento. Os projetos de desinvestimento podem ser postergados, mas estão todos mantidos.

A Petrobras reduziu a utilização do parque de refino para 74%, devido a queda na demanda por combustíveis causada pela paralisação de atividade econômicas.

“Prevemos uma redução na demanda por produtos refinados e provavelmente teremos alguma redução nessa taxa de operação em abril e maio, especialmente nestes dois meses”, afirmou a Anelise Lara, diretora de Gás e Refino.

No E&P, por enquanto, a medida é cortar a produção este mês e reavaliar os próximos passos. “Estamos preparando a empresa para viver com um preço de petróleo abaixo de US$ 25 e não mais US$ 40″, afirmou o presidente da companhia, Roberto Castello Branco

Não foram anunciadas suspensões de projetos no plano de negócios, e o diretor de E&P da companhia, Carlos Alberto Oliveira, afirma que ainda é cedo para falar em impactos além de 2020.

A ABPIP, que representa produtores independes de petróleo, pediu ao governo federal a suspensão temporária do pagamento da parcela que cabe à União dos royalties sobre a produção de petróleo e gás natural. A associação enviou uma carta ao Ministério de Minas e Energia (MME).

Ao todo, a ABPIP lista quinze medidas de “curtíssimo prazo” para minimar efeitos da crise no mercado de petróleo e os impactos causados pela desaceleração econômica, em meio à pandemia do coronavírus. epbr

João Dória (PSDB) anunciou um acordo com a GasBrasiliano para que o fornecimento de gás natural não seja suspendo na área de concessão da distribuidora até 31 de maio. Já havia acordado essa mesma medida com a Comgás, maior distribuidora do estado.

Fonte: EP BR