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Brasil - o país e o futuro da energia


Brasil - o país e o futuro da energia Brasil - o país e o futuro da energia

Espanta a sugestão de o Brasil se juntar à Opep. A Opep é o passado

John Lennon cantava que a vida é o que nos acontece enquanto estamos ocupados fazendo outros planos.

A Opep decerto fez e faz planos para o petróleo voltar aos altos patamares de alguns anos atrás. No entanto, desde 2014 o preço do barril oscila em torno de US$ 60. As quedas vertiginosas da produção no Irã e na Venezuela, os ataques na Arábia Saudita, a constante turbulência no Oriente Médio não são mais capazes de mexer com os preços do petróleo como no passado.

A principal razão é o espetacular crescimento da produção nos Estados Unidos, que, entre 2005 e 2019, adicionou dez milhões de barris de petróleo diários – equivalente a uma Arábia Saudita – , transformou os EUA de maior importador mundial em autossuficiente e o mais eficiente produtor e exportador de energia. Enquanto isso, o Brasil perdia tempo mudando marco regulatório, adiando leilões.

A revolução do shale oil americano não estava nos planos de ninguém. As profundas implicações geopolíticas dessa mudança de direção dos fluxos de petróleo, do Ocidente para a Ásia, ainda estão a se desdobrar.

Já é possível vislumbrar que as próximas décadas serão de oferta de energia farta e diversa – impressiona o crescimento e competitividade das energias renováveis, especialmente a solar fotovoltaica –, boa notícia para consumidores e a economia global, mas que não necessariamente implica menos tensões e incertezas.

As evidências científicas, e mesmo leigas, do impacto das emissões de CO2 no clima, que se transforma a olhos vistos, e os compromissos assumidos por 195 países em Paris na COP 21 ainda não parecem capazes de encurtar a distância entre planos, intenções e realidade. Em 2018 batemos novo recorde histórico global de emissões de gases de efeito estufa, quando deveríamos já ter começado a redução, se de fato queremos que o inexorável aumento médio da temperatura planetária fique abaixo de 2 graus.

E como fica o Brasil nesse novo cenário energético e ambiental?

Nosso Brasil ocupa posição única e invejável no cenário energético mundial. Tendo por base fontes renováveis em mais de 40%, a matriz energética brasileira é duas vezes mais limpa que a média mundial, cuja dependência em combustíveis fósseis supera 80%. Já ocupamos posição de destaque em geração hidrelétrica e produção de etanol. Mais recentemente, revelamos o grande potencial do país para a geração de energia solar e eólica, com fatores de capacidade muito superiores às médias globais. As dimensões e formidável produtividade dos reservatórios do pré-sal – que deverão duplicar a produção nacional de óleo e gás nas próximas décadas – completam o quadro que retrata a extraordinária abundância e diversidade energética brasileira.

Além de exemplares quanto à qualidade da matriz energética, já somos exportadores relevantes de petróleo. Exportaremos ainda mais no futuro. Petróleo do pré-sal, leve, baixo teor de enxofre. Na competição pela demanda de petróleo remanescente, somos dos mais econômicos e ambientalmente competitivos. Espanta a sugestão do Brasil se juntar à Opep. A Opep é o passado. Queremos pertencer ao futuro da energia.

Na questão ambiental temos na preservação da Amazônia o maior desafio, ameaça e oportunidade — para a nossa imagem e inserção internacional —, cada vez mais associados à sustentabilidade.

Brasil, potência energética e ambiental. Imagine, cantava John Lennon.

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Fonte: Jorge M. T. Camargo - vice-presidente, e membro do Conselho Curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri)