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Confiança cresce no setor de óleo e gás e indica ambiente de negócios favorável


Confiança cresce no setor de óleo e gás e indica ambiente de negócios favorável Confiança cresce no setor de óleo e gás e indica ambiente de negócios favorável

O nível de confiança da indústria de óleo e gás atingiu seu recorde histórico no Brasil, o que tende a se refletir num ambiente mais favorável a investimentos e à retomada das contratações de pessoal no mercado a partir deste ano. Esta é a conclusão de um levantamento feito pela consultoria norueguesa DNV GL, que mostra que em nenhum outro país a confiança do setor é tão expressiva quanto a no mercado brasileiro, hoje.

Enquanto o índice de confiança entre os líderes do setor de óleo e gás no Brasil saltou de 78% em 2018 para 93% em 2019, a média global cresceu de 63% para 76%. Foi o terceiro aumento consecutivo desse indicador, no país. Os dados são baseados em uma pesquisa global com cerca de 800 profissionais seniores da indústria - o que inclui petroleiras e fornecedoras.

"A subida dos preços do barril no mercado internacional [em 2018] foi preponderante para ao salto no nível de confiança da indústria no mundo. No Brasil, esse sentimento de confiança se desenvolve com o aumento dos compromissos de investimentos assumidos pelas empresas nos últimos leilões de áreas exploratórias", comenta o vice-presidente e gerente da DNV GL Oil & Gas para a América do Sul, Alex Imperial.

Durante um período de um ano, entre setembro de 2017 e setembro de 2018, o governo Michel Temer promoveu seis leilões. As principais petroleiras globais aproveitaram a janela de oportunidades para reforçar seus portfólios em águas profundas, sobretudo no pré-sal. Ao todo, 18 empresas diferentes pagaram R$ 27,9 bilhões pela aquisição de 48 áreas marítimas nas rodadas de 2017 e 2018. Com isso, assumiram compromissos de investimentos mínimos em exploração da ordem de R$ 4,5 bilhões.

Imperial destaca que existe uma tendência de crescimento dos níveis de confiança no Brasil nos últimos anos, em razão das mudanças regulatórias concretizadas, como o fim da operação única da Petrobras no regime de partilha do pré-sal.

"Houve num primeiro momento [em 2016] promessas de mudanças que foram se efetivando. Por fim, isso se refletiu nos níveis de investimentos nos leilões, sobretudo no pré-sal", afirmou.

Os números da DNV GL mostram, ainda, que as petroleiras estão mais propensas a investir e a contratar mais: 31% dos profissionais seniores no Brasil acreditam que suas empresas vão aumentar suas despesas de capital neste ano. Na pesquisa do ano passado, esse percentual era de 17%. Além disso, 40% dos líderes da indústria esperam aumentar o número de funcionários em 2019, no país - eram 10% em 2018.

"Mesmo diante da expectativa de preços mais baixos para o barril no cenário internacional, este ano, a Petrobras espera contratar novas plataformas. As petroleiras também assumiram compromissos nos leilões dos últimos dois anos. Além disso, a agenda do novo governo [Jair Bolsonaro] vai na direção de um ambiente de negócios de maior previsibilidade. Hoje, em comparação com 2018, há muito menos incertezas políticas no país", explica Imperial.

O novo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, já manifestou a intenção de manter o calendário de leilões. No fim do ano passado, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou a 16ª Rodada de concessões e a 6ª Rodada de partilha do pré-sal para 2019. O CNPE também já deixou agendadas novas rodadas para 2020 e 2021.

Fonte: Valor