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Troca de comando em terminal afeta venda de derivados pela Petrobras


Troca de comando em terminal afeta venda de derivados pela Petrobras Troca de comando em terminal afeta venda de derivados pela Petrobras

O governo deve usar o leilão do maior terminal de granéis líquidos do país, no Porto de Santos, para lançar uma nova investida contra a posição dominante da Petrobras na produção e na distribuição de derivados. O Terminal de Granéis Líquidos da Alemoa (STS08) é operado pela Transpetro, que cumpre um papel central no negócio da petroleira no ramo de combustíveis.

O leilão de arrendamento do terminal de Santos pode tirar o ativo estratégico das mãos da Petrobras ou, no mínimo, colocar outro operador portuário, logo ao lado, para receber combustíveis produzidos no exterior encomendados por concorrentes. Isso ocorrerá se o governo levar à frente a decisão de dividir a área atual em duas, para contratar mais de um operador.

A subsidiária da Petrobras atua no complexo portuário como um regulador do estoque de derivados pela Petrobras. Informações oficiais indicam que a Transpetro age na “transferência e recebimento de produtos de navios, abastecimento de ‘bunker’ nos navios atracados no complexo e no embarque de produtos das refinarias”.

O governo avalia que, se um novo operador portuário assumir a operação do terminal de Santos, a Petrobras terá que rever a sua atual estratégia. O secretário nacional de portos do Ministério da Infraestrutura, Diogo Piloni, confirma que essa foi uma decisão política tomada com o Ministério de Minas e Energia.

Há expectativa de estimular a competição na venda de combustíveis com mais volumes trazidos do exterior por importadoras privadas. Isso só se tornou possível graças à decisão da Petrobras de adotar a paridade de preços ao mercado internacional.

O terminal da Alemoa é responsável pela movimentação de boa parte da produção das refinarias da Petrobras em São Paulo: Paulínia (Replan), Capuava (Recap), Henrique Lage (Revap) e Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC).

Nenhuma das plantas de refino em São Paulo foi incluída na lista das oito unidades de refino que precisarão ser vendidas para desverticalizar o mercado. Essa foi uma das determinações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em termo de compromisso assinado com a petroleira no ano passado.

“As refinarias da Petrobras que vão a mercado são apenas aquelas do Norte e do Nordeste. As das regiões Sul e Sudeste ficarão com a Petrobras”, destacou o secretário. “Mas, apesar da atividade de refino continuar concentrada nessa região com a Petrobras, essa nova logística pode conferir uma dinâmica mais competitiva, que pode resultar na redução de preços para o consumidor”, acrescentou o secretário.

Piloni avalia que haverá grande disputa no setor para vencer o leilão de arrendamento do terminal da Alemoa. “Nossa aposta é de que haverá muitos interessados pelo tamanho do terminal”, disse.

Além de destaque na logística de derivados de petróleo, Alemoa responde - junto com o terminal Ilha Barnabé, também no Porto de Santos - por parte expressiva do transporte de etanol. Em 2017, os dois portos alcançaram quase 50% da movimentação de biocombustível do país. Foram transportados 1,3 milhão de toneladas, sendo que 75% desse total foi para a exportação.

Procuradas, Petrobras e Transpetro decidiram não comentar o tema “por se tratar de questão estratégica para a companhia”.

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Fonte: Valor