Bacia de Campos, apenas 26 anos ou mais?
Neste momento em que comemoramos os 25 anos de produção de petróleo na Bacia de Campos, é bom refletirmos um pouco sobre a verdadeira idade da bacia e do tempo que levaram os processos que acabaram culminando nas descobertas dos grandes volumes de óleo nela distribuídos.
Em duas décadas e meio de produção já acumulamos um volume produzido de mais de 3,5 bilhões de barris de petróleo na Bacia de Campos. É um volume considerável, de fazer inveja à maioria das bacias petrolíferas do mundo.
Mas desde quando este petróleo estava ali nos esperando para descobri-lo e tirá-lo do fundo da terra, sob o mar? A verdadeira idade da Bacia de Campos beira os 130 milhões de anos. Pode parecer muito, mas tudo depende da escala que se usa.
Em termos de idade geológica, ela até que não é tão velha assim. No que diz respeito à sua evolução sedimentar e petrolífera podemos dizer que a Bacia de Campos é uma bacia madura. Essa maturidade pode ser compreendida melhor se fizermos uma comparação com a vida de uma mulher. Segundo essa analogia, a Bacia de Campos estaria vivendo, na atual época geológica, os seus melhores momentos de glamour, transbordando saúde, ou seja, transpirando petróleo por todos os poros.
Mas para chegar à essa maturidade, muita coisa teve de acontecer. Só para se ter uma idéia, quase todo o petróleo acumulado na bacia só pode ser gerado 100 milhões de anos depois da deposição das rochas ricas em matéria orgânica, as quais lhe deram origem. Enquanto geologicamente as coisas andam ao ritmo de milhões de anos, o ser humano chega e acelera para algumas décadas o processo de exploração, produção e esgotamento das jazidas de óleo (ver o quadro abaixo).
Dizer que o petróleo é um recurso não renovável é também uma questão de escala de observação. Se considerarmos o tempo geológico, teremos petróleo sendo gerado e destruído em ciclos de milhões de anos. O problema é que não temos tempo para esperar tanto.