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Refinarias: investimento prioritário no setor offshore


Ponte entre a produção e a distribuição, o refino tem papel estratégico na sustentabilidade da autossuficiência brasileira em derivados. A meta da Petrobras de processar o máximo de óleo nacional ampliando seu parque de refino, otimizando seu aproveitamento, redobrando cuidados com segurança e meio ambiente e produzindo derivados de padrão internacional, torna o parque de refino uma prioridade no conjunto de investimentos da Petrobras.

De olho na ampliação no parque de refino, área considerada estratégica na cadeia de valor agregado da indústria petrolífera, a Petrobras já anunciou: vai manter seus prazos de entrega das novas refinarias, ampliando assim a capacidade de refino no Brasil. O Plano de Negócios da Petrobras 2009-2013 prevê investimentos na ordem de U$ 174,4 bilhões até 2013, dos quais U$ 47,8 bilhões, serão investidos na área de Abastecimento. Esse é o segundo maior setor de investimento da estatal brasileira, só perdendo para a área de Exploração e Produção (US$ 104,6 bilhões).

A área de abastecimento compreende as atividades de refino, transporte, comercialização, petroquímica e fertilizantes. Mantendo o comprometimento de desenvolvimento sustentável, o PN da Petrobras 2009-2013 tem como meta a ampliação da atuação nos mercados-alvo de petróleo, derivados, petroquímico, gás e energia, biocombustíveis e distribuição, sendo referência mundial como uma empresa integrada de energia.

A empresa prevê investimentos na construção das refinarias Abreu e Lima (Pernambuco), Clara Camarão (Rio Grande do Norte), Premium I (Maranhão) e Premium II (Ceará), Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ) e Complexo Petroquímico de SUAPE (Pernambuco), bem como uma nova unidade de fertilizantes nitrogenados.

Também estão previstas obras de conversão e qualidade de produtos nas refinarias existentes, com destaque para as metas de produção de diesel e gasolina com menor teor de enxofre, além de investimentos em dutos e terminais.

A meta da Petrobras, de acordo com o diretor de Abastecimento da empresa, Paulo Roberto Costa, é ampliar a capacidade de refino no Brasil, mantendo o equilíbrio com a produção de petróleo. A Refinaria Abreu e Lima terá capacidade de processamento de 230 mil barris por dia. O Comperj, 150 mil barris por dia. A Refinaria Premium I, no Maranhão, com 600 mil barris por dia. A Premium II, no Ceará, com 300 mil. E a do Rio Grande do Norte, com 30 mil bpd. O plano da empresa prevê a implantação da terceira fábrica de fertilizantes, com a capacidade de produção de um milhão de toneladas por ano.

A carga de petróleo processada deverá passar dos atuais 1,791 milhão de barris para 2,270 milhões em 2013 e 3,012 milhões em 2020, com um aumento médio anual de 4,8%.  Em 2010 está prevista a partida da Refinaria Clara Camarão, em 2011 da Abreu e Lima, em 2012 do Comperj, em 2013 as primeiras fases das refinarias Premium.

O Plano prevê um crescimento anual de 3% para os derivados no mercado interno, subindo de 1,945 milhão de barris dia em 2008 para 2,257 milhões diários em 2013 e 2,876 milhões por dia em 2020. O derivado de maior consumo continuará sendo o óleo diesel que deverá passar dos atuais 783 mil barris/dia para 901 mil barris/dia em 2013 e 1,224 milhão de barris diários em 2020.

Parque de refino: crescimento não para

Desde Mataripe (primeira refinaria brasileira e atual Refinaria Landulpho Alves - BA) em meados da década de 50, até os dias atuais, o parque de refino brasileiro não pára de crescer, absorvendo grandes contratações. De lá para cá, a Petrobras já conta com 11 unidades de processo no Brasil e quatro no exterior. Isso fora as duas únicas refinarias privadas do país - Manguinhos, no Rio de Janeiro, que processa 15 mil barris diários de petróleo, e a Ipiranga, no Rio Grande do Sul.

No entanto, além de não trabalhar com toda a capacidade instalada, a estrutura de refino brasileira foi projetada para processar óleo leve, sendo que a maior parte das reservas nacionais é de óleo pesado. Isso significa que nem todo petróleo extraído do solo brasileiro pode ser transformado em nossas próprias unidades. Esse é o motivo que obriga o país a continuar importando óleo, embora tenha atingido a auto-suficiência.

Nesse contexto de investimentos bilionários, é importante lembrar que toda infra-estrutura necessária à manutenção das operações de refino, guarda semelhanças muito grandes com a indústria de Exploração e Produção (E&P). Só em equipamentos como vasos, bombas, motores elétricos, fornos, ventiladores, compressores, instrumentos, válvulas de segurança e tanques as refinarias consomem valores estrondosos, não só na aquisição, mas principalmente na manutenção de toda essa estrutura em funcionamento (ver números).

Apesar de não ser em alto-mar, o esquema de refino prevê muitas outras características comuns ao setor de E&P, como ambientes insalubres, manejo de produtos perigosos e movimentação de cargas pesadas, fazendo com que os requisitos de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) e treinamentos de segurança sejam imprescindíveis.

Setores como o metal-mecânico, eletroeletrônico, hidráulico, pneumático, de manutenção industrial, de projeto de engenharia, de construção e montagem são apenas alguns segmentos comuns, absorvidos tanto pelas regiões produtoras como as refinadoras. Isso sem contar a atuação na área de refrigeração, tratamento térmico, tecnologia da informação e serviços gerais.

Equilíbrio entre produção e refino

No site de informações aos investidores, a Petrobras reafirma que estratégia da empresa é crescer a capacidade de refino, buscando o equilíbrio com o crescimento da produção de petróleo da Petrobras, atendendo os níveis de qualidade de produtos requeridos pelo mercado. Nesse sentido, em 2011 entra em operação a Refinaria Abreu e Lima (Pernambuco). Em 2012 entra em operação o COMPERJ, em 2013 a refinaria Premium I e em 2014, a Premium II.

As metas internacionais também refletem o crescimento integrado da Companhia com estimativas de produção de óleo e gás de 341 mil boed em 2013. A estimativa de produção de óleo e gás da Petrobras no Brasil e no exterior para 2013 é de 3.651 mil boed. Estão em construção duas plataformas semi-submersíveis (P-55 e P56) e a plataforma fixa de Mexilhão. Estão previstos para contratação, ainda neste ano de 2009, mais 23 navios petroleiros, somando mais 1,7 milhão de TPB, três navios para transporte de bunker e 24 navios de apoio marítimo, de um lote de 148 anunciado pela Petrobras. Nos próximos anos, as encomendas já anunciadas são de 124 navios de apoio, oito plataformas semi-submersíveis e FPSOs e 28 navios sonda para perfuração de poços em águas profundas.

Mercado brasileiro consolida com refino

De acordo com o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, o aumento da competitividade no setor petroquímico promove a consolidação no mercado brasileiro, garantindo diversas vantagens para a indústria petroquímica nacional, como a ampliação da capacidade de captar recursos e realização de investimentos de expansão.

Durante o 13º Encontro Anual da Indústria Química, Gabrielli enfatizou que o crescimento sustentado previsto para a economia brasileira, aliado às novas descobertas de petróleo, estabelece um cenário de longo prazo favorável para o desenvolvimento da indústria petroquímica nacional. “Pretendemos manter os nossos investimentos no setor petroquímico, tanto acompanhando a Braskem e a Quattor, das quais somos sócios, como em projetos individuais”.

Entre os principais projetos da Companhia no setor petroquímico, o presidente destacou a Companhia Petroquímica de Pernambuco (Petroquímica Suape), a Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe) e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), este último com investimento da ordem de US$ 8,4 bilhões. O Comperj aumentará a c

Fonte: Revista Negócios Offshore - Catarina Brust