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Energia que move plataformas


     Bem longe de qualquer tipo de usina, sem fiação alguma e sujeitas a todos os humores climáticos, as plataformas são verdadeiras fábricas de energia. As 32 unidades marítimas da Unidade de Negócio de Exploração e Produção da Bacia de Campos (UN-BC) são capazes de gerar 400 megawatts  – o suficiente para abastecer uma cidade de dois milhões de habitantes e o equivalente a duas usinas de Paulo Afonso, no complexo do Rio São Francisco (BA).

     O gerente setorial de Engenharia de Grandes Máquinas e Sistemas Elétricos da UN-BC, Aparecido Lage Júnior, explica que não há nenhuma transmissão de energia do litoral brasileiro para as unidades: “Toda energia utilizada na plataforma é produzida lá mesmo. Em alguns casos, o que acontece é que a energia de uma unidade vem de outra, até por questões de espaço físico e proximidade entre plataformas. São exemplos Pargo e Cherne-1, que produzem para outras unidades consumirem”, detalha.  

   
Aparecido Júnior: A demanda por energia é crescente 
Foto: Click Macaé - Michel Oliveira

O funcionamento

     Para produzir eletricidade, as plataformas contam com tecnologias de última geração como é o caso das turbinas a gás e dos motores a diesel e, em alguns casos (P31, P-32 e P-33), motores a vapor. “O gás utilizado nas turbinas vem dos reservatórios, passa por um processo de separação e tratamento e é transformado em gás combustível, dando início ao processo. Já os motores vão utilizar o óleo diesel que vem de terra pelos barcos”, afirma o gerente setorial. 

     Ainda de acordo com Aparecido, o aproveitamento de uma turbina a gás varia entre 35 a 40%, mas o calor gerado nas turbinas também é aproveitado por co-geração, elevando o aproveitamento para cerca de 80%. “Atualmente, o padrão de projeto que utilizamos é de três geradores, sendo um reserva. Só na UN-BC, temos 30 turbos geradores e 46 motores diesel”, destaca.

Utilização da energia

     Nas unidades marítimas, a energia elétrica é aproveitada para iluminação, sistemas de comunicação e equipamentos, como bombas e aquecedores. A Petrobras ainda estuda o uso de energias alternativas, como a energia eólica (vento), por exemplo.

 
Navio plataforma - P32
Foto: Agência Petrobras

 “Nesse caso, o grande problema é que é preciso ter bastante vento e em quantidade e velocidade mais ou menos constante, porque senão os equipamentos não funcionam. Claro que a turbina eólica possui um sistema de controle de sua velocidade, só que dentro de alguns limites”, avalia Aparecido, informando que a Petrobras está em processo de discussão sobre o uso ou não da energia eólica como complemento da geração, no chamado Plano Diretor da UN-BC, que já está em andamento. 

     O gerente também explica que quando há turbina a gás na geração principal, não se tem motor a diesel. “Toda plataforma tem um motor diesel alimentando um gerador, porque quando não se tem produção de gás, ainda assim é preciso ter uma quantidade mínima de energia para manter, por exemplo, o sistema de comunicação funcionando e rota de fuga iluminada”, destaca.

     Para a geração e distribuição de energia elétrica nas plataformas, a Petrobras UN-BC dispõe de uma equipe de cerca de 15 pessoas, entre elas engenheiros e técnicos eletricistas.

Fonte: Click Macaé - Marcelle Reid