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Petrobras negocia mais US$ 3 bilhões com chineses


A liberação da maior parte desse dinheiro, US$ 10 bilhões, depende ainda de um acordo com petroleiras chinesas

Um dia após divulgar o primeiro resultado positivo após três trimestre no vermelho, a Petrobrás anunciou que voltou à China em busca de financiamentos, mas, desta vez, em condições mais favoráveis. Segundo o diretor financeiro da estatal, Ivan Monteiro, a petroleira negocia novo empréstimo de até US$ 2 bilhões com o Exim Bank e um adicional de US$ 1 bilhão a um contrato antigo firmado com o Industrial and Commercial Bank of China Leasing (ICBC Leasing), que envolve o afretamento de plataforma. A cifra se soma aos US$ 10 bilhões já obtidos com o China Development Bank (CDB), que está disposto a rever as atuais condições do empréstimo fechado no ano passado.

Se entrar em acordo com os três bancos, a Petrobrás vai poder contar com um reforço de caixa de US$ 13 bilhões. Mas a liberação da maior parte desse dinheiro, US$ 10 bilhões, depende ainda de um acordo com petroleiras chinesas, que devem comprar 200 mil barris por dia de petróleo. Por ser um banco de fomento, o CDB atrela o financiamento à garantia de acesso ao petróleo. Mas, até agora, não chegaram a um acordo sobre o preço desse petróleo.

“O contrato prevê um volume de exportação e a discussão que a gente tem tido com o CDB é exatamente como vai se cumprir ou como vamos criar as condições necessárias para que o volume comercializado alcance o que a gente espera dessa negociação”, disse Monteiro, em teleconferência com analistas de mercado, para apresentar o balanço financeiro do segundo trimestre.

A Petrobrás não está disposta a receber pelo seu petróleo menos do que conseguiria se fosse vendê-lo no mercado internacional. Ela considera que, desde que fechou o primeiro acordo com CDB, em 2009, a qualidade do produto brasileiro melhorou. Por isso se nega a conceder desconto de preço às chinesas.

Segundo fonte ouvida pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a atual cesta de óleo que oferece às petroleiras chinesas inclui o petróleo produzido na região do pré-sal, um produto óleo leve, que se transforma em combustíveis mais nobres, como gasolina e óleo diesel.

Contratos. “Oferecemos o óleo a um consórcio de três empresas chinesas. Caso aceite a proposta, a gente vende. Caso não queira a gente vende pelo preço de mercado (a outras empresas). O que a gente está negociando bastante é esse contrato, para que alcance performance melhor do que em 2009”, disse Monteiro aos analistas.

Já as conversas com o ICBC Leasing devem ser concluídas em breve a tempo de entrar no caixa ainda neste semestre. Esse é um adicional ao acordo firmado em março, envolvendo a plataforma P-52. Nesse modelo de financiamento, plataformas são alienadas ao banco e a dívida, paga por meio do aluguel das embarcações. Finalizado o pagamento, após dez anos, a plataforma volta para a Petrobrás.

Desde que entrou em crise, a Petrobrás recorre aos bancos chineses como alternativa às linhas tradicionais de crédito, que se tornaram mais caras depois que a empresa perdeu o selo de “boa pagadora” das agências de risco. Segundo fonte, as incertezas políticas no Brasil dificultaram as negociações de financiamento com os chineses. Ele diz que os chineses sempre foram bom parceiros e que o afastamento de Dilma não chega a impedir que novos créditos sejam contratados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Estadao Conteudo