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Petrobras põem à venda 6 blocos de petróleo e espera obter US$ 4 Bi


A Petrobras colocou à venda participações em seis blocos de petróleo, incluindo cinco áreas de pré-sal e uma de pós-sal nas bacias de Santos e Campos. A estatal espera obter mais de US$ 4 bilhões com o negócio.

Essa operação faz parte de um pacote maior de alienação de patrimônio, que inclui distribuidoras de gás, termelétricas e postos de gasolina no exterior, conforme antecipou a Folha em março.

A Petrobras também prepara a abertura de capital da BR Distribuidora e desistiu de vender um pedaço da empresa para um sócio estratégico, como chegou a ser cogitado. Procurada, a empresa não se pronunciou.

Uma das partes mais importantes do pacote é a venda dos ativos de exploração e produção de petróleo. Sob coordenação do Bank of America Merrill Lynch, o processo acaba de começar.

A estatal deixou disponível às empresas interessadas o acesso aos dados geológicos dos blocos (o chamado "data room"). A expectativa é que os negócios sejam fechados este ano, mas só estejam concluídos no próximo.

Só foram convidadas para o processo as maiores petroleiras do mundo, incluindo Exxon, Shell, Statoil, entre outras. Isso ocorreu por causa do grande porte dos ativos.

Dos blocos que estão sendo oferecidos, apenas um é de pós-sal: Tartaruga Verde, na bacia de Campos. O bloco é relativamente pequeno, com reservas de 451 milhões de barris equivalentes, mas deve entrar em operação em 2017 e já foi até encomendada uma plataforma.

PRÉ-SAL

Os demais cinco blocos estão no pré-sal. Na bacia de Campos, está sendo oferecida a fatia de 30% que a estatal possui no bloco Pão de Açúcar (que também inclui as descobertas Gávea e Seat).

Já na bacia de Santos, a Petrobras colocou à venda parte do que possui nos campos de Júpiter, Carcará, Lebre e Sagitário. Esses dois últimos ficam um ao lado do outro e a estatal planeja vendê-los juntos.

A estatal possui entre 60% e 80% de participação em Júpiter, Carcará, Sagitário e Lebre, mas quer vender de 20% a 30%, mantendo-se como operadora. Está fora de cogitação vender o "coração do pré-sal", como os mega campos de Lula e Sapinhoá.

A venda de uma fatia em Carcará ainda gera dúvida. Os dados do bloco estão no "data room", mas pessoas próximas ao negócio dizem que a estatal pode desistir.

Esses blocos são gigantes com mais de 1 bilhão de barris de óleo equivalente cada, mas em fase de exploração e desenvolvimento, o que significa que necessitam de pesados investimentos. A produção só começa em 2020.

A lógica da estatal foi não abrir mão de receita imediata e, ao mesmo tempo, reduzir risco e investimentos. Para os analistas, a estratégia é acertada, já que a empresa está muito endividada.

A venda de ativos do pré-sal gera resistências no partido do governo, o PT. Mas a fatia da qual a empresa quer se desfazer é pequena diante de suas reservas no cinturão, que chegam a 20 bilhões de barris de óleo equivalente.

Fonte: Folha de São Paulo