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Executivo teme que Lava-Jato afete exploração do pré-sal


A queda dos preços internacionais do petróleo, combinada com os efeitos da Operação Lava-Jato, pode afetar o desenvolvimento das áreas da camada pré-sal, afirmou o presidente da Pré-Sal Petróleo (PPSA), Oswaldo Pedrosa. "Essa situação de queda drástica do preço do petróleo, combinado com a situação da indústria, pode ter impacto no pleno desenvolvimento do pré-sal brasileiro, no mínimo fazer com que o ritmo desse desenvolvimento não aconteça como o previsto anteriormente, ", disse o executivo durante palestra no Rio.

Após a palestra, Pedrosa amenizou a questão. Sem citar a Lava-Jato, disse acreditar que o problema das grandes fornecedoras e prestadoras de serviço da Petrobras envolvidas na operação policial vai ser resolvido "num prazo relativamente curto". Sem cravar uma data para a solução do problema, afirmou que o prazo é curto em relação à "extensão de um projeto da envergadura do pré-sal".

Pedrosa demonstrou preocupação com a continuidade e a competitividade da indústria de bens e serviços petrolíferos, principalmente do setor naval, diante da crise atual. Lembrou que, segundo noticiário dos jornais, tem havido muitas demissões nos estaleiros.

"É importante que tenha continuidade, senão minhas curvas [de produção] não farão sentido", afirmou o executivo. "FPSO [plataformas flutuantes de produção] e sondas de perfuração são elementos críticos para o desenvolvimento do pré-sal. "

Segundo ele, a produção de petróleo em áreas na camada pré-sal, sob o regime de partilha de produção e da cessão onerosa, deve atingir 4 milhões de barris diários no fim de 2030. No mesmo período, a produção de gás natural nessas áreas deve alcançar 140 milhões de metros cúbicos diários

A projeção é relativa ao campo de Libra, às áreas incluídas no acordo de cessão onerosa firmado pela União com a Petrobras e aos processos de unitização de campos sob o regime de concessão com áreas do polígono do pré-sal ainda não contratadas.

Com relação à projeção de produção de óleo, o executivo calculou que a parcela que deverá ficar com a União, em 2030, será de 600 mil barris diários a 700 mil barris diários. O volume varia de acordo com a projeção do preço do petróleo. O primeiro valor é relativo ao preço do petróleo Brent de US$ 80 por barril. Já o segundo volume é obtido a partir de uma projeção de US$ 100 o barril.

Fonte: Valor Econômico