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Ogpar, ex-OGX, avisa à ANP que vai encerrar produção de Tubarão Azul


A Ogpar (Óleo e Gás Participações), petroleira criada por Eike Batista como OGX, entrou com pedido de abandono de um de seus dois campos na ANP (Agência Nacional do Petróleo). Em outubro, a empresa havia divulgado ao mercado que a área, conhecida como Tubarão Azul, produziria óleo até "pelo menos março de 2015".

A Ogpar terá, no entanto, de buscar uma alternativa para atender uma exigência financeira da agência para que o abandono seja autorizado, uma vez que a proposta inicial foi recusada no início deste mês.

A proposta da petroleira era oferecer óleo como garantia para abandono. A agência não informou o valor da garantia exigido.

Essa exigência de garantia é feita pela ANP para todas as empresas que propõem abandonar áreas produtivas, uma vez que, ao deixá-las, é necessário fazer investimentos para vedar poços produtores.

A prática de oferecer óleo como garantia é comum ao mercado. A Petrobras é uma das empresas que recorrem a tal expediente.

Em dezembro, Tubarão Azul respondeu por 19% da produção total da petroleira, de 457,6 mil barris de petróleo.

Os 81% restantes são extraídos de Tubarão Martelo, que passará, então, a ser o único campo em produção da OGPar, com cerca de 12 mil barris de petróleo por dia. O volume equivale a 0,6% da produção diária da Petrobras no Brasil, de 2,1 milhão de barris.

Tubarão Azul foi a primeira área da Ogpar a entrar em produção, em 2012. Inicialmente, eram extraídos mais de 10 mil barris por dia. As estimativas iniciais apontavam uma reserva de 110 milhões de barris, sendo, na época, uma das maiores promessas da empresa.

Na verdade, o reservatório tinha menos de 6 milhões de barris. A produção chegou a ser interrompida no auge da crise, em 2013.

Em fevereiro de 2014, porém, a empresa decidiu colocar novamente o campo em produção. Naquela época, eram extraídos 4.000 barris por dia. A produção vem caindo e, em dezembro, esteve na faixa de 2.800 barris diariamente.

A previsão era que o Tubarão Azul fosse exaurido em meados de 2014. Em outubro passado, o presidente da empresa, Paulo Narcélio, deu nova sobrevida ao poço, até março deste ano.

Com a negativa em relação à garantia oferecida, a ANP determinou um prazo de 60 dias para que a empresa apresente uma nova proposta para desativar e abandonar o campo.

A Ogpar está em recuperação judicial desde 2013.

Procurada, a Ogpar não comentou.

Fonte: Valor Econômico/Folhapress